quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Usuário quer transporte público de qualidade

Recentemente, o Instituto de Pesquisas Econômicas e de Amostragem – IPEA divulgou pesquisa realizada com a população da região Sudeste, onde constatou que a mesma se mostra interessada em utilizar o transporte público.  Mas, esse público que se interessa pelo transporte público, opta pelo transporte individual alegando falta de qualidade do mesmo.


A postura adotada pela população da região Sudeste é um grande obstáculo ao desenvolvimento das grandes cidades que, já contando com um reduzido espaço urbano, não suportarão o avanço crescente da frota de veículos automotores, pois, além de congestionarem as vias urbanas, aumentam a poluição atmosférica e  diminuem a qualidade de vida e eficiência da cidade.

Já a frota de transporte público não reduz, cresce, mas muito pouco e  o preço da passagem se eleva, tendo em vista a inexistência de uma política de investimento  em transporte público.

Mas o que leva a população a escolher um meio de transporte urbano? Coletivo ou individual, o usuário de transporte leva em consideração três fatores ou condições básicas, como seguem: a) rapidez da chegada ao destino, b) o custo da passagem ou viagem e  c) a comodidade do transporte utilizado.

Para exemplificar, temos na condição de usuário do transporte público o trabalhador que ao retornar para a sua residência, muitas vezes, após cumprir uma jornada de trabalho extensa quer chegar o mais rápido possível ao seu destino, ou seja, a sua residência ou o seu lar.  Para tanto, o mesmo opta pelo transporte mais rápido para chegar ao seu destino, seja ele metrô, trem, moto taxi, táxi ou transporte público convencional, complementar ou seletivo.

Em algumas cidades do interior de São Paulo, o moto táxi, apesar de inseguro, foi considerado como o melhor serviço de transporte público, pois atendia com satisfação a condição básica ou o fator rapidez da chegada ao destino.

Equivoco a parte, não há como negar que a rapidez é importante, mas e a segurança e qual será o preço a ser pago?

O custo da viagem tem que ser suportável pelo trabalhador. Continuando com a exemplificação, o mesmo deve ter condições de arcar com o preço da tarifa de transporte, podendo até por algumas vezes utilizar o táxi ou moto táxi, mas são viagens ocasionais ou mesmo esporádicas, não cotidianas.

A tarifa de transporte publico encontra-se em torno de R$ 2,50 e R$ 3,00.  Para o trabalhador que utiliza mais de uma viagem  ou condução para ir ao trabalho ou retornar para a sua residência, o custo mensal acaba tornando-se elevado, tendo que o Poder Público subsidiar o mesmo, seja através da integração temporal, subsídios diretos as concessionárias de transporte público ou mesmo com as reduções parciais ou integrais (gratuidades, vale transporte, etc) que efetivamente possibilitará o trabalhador médio utilizar o transporte público.

Mesmo que se tenha um transporte público rápido com o preço justo e suportável para o trabalhador ou usuário do transporte público, não há como afastar o fator comodidade ou conforto, pois ninguém suporta mais andar de “carro de boi ou de gado”.

A tecnologia automobilística tem avançado muito. As montadoras já fabricam veículos que são capazes de até “falar qual é o seu defeito”.  São veículos modernos, com GPS, computador de bordo, sensores de estacionamento, bancos reclináveis, movidos a biocombustível, diesel, gasolina, etanol, flex, triflex, enfim, veículos dotados com a mais moderna tecnologia produzida pelo homem. No entanto, o que vemos no dia a dia do transporte público são “carroças travestidas” de ônibus, ou seja, desconfortáveis.

Ou seja, se não ocorrer uma mudança radical na política de investimento em transporte público, veremos cada vez mais, automóveis, motocicletas e menos ônibus nas ruas.
Agora, vamos pensar: Como fazer o proprietário de um automóvel com ar condicionado, veloz e, principalmente, confortável, deixa-lo na garagem e utilizar o transporte público? A resposta é transporte público de massa como metrô, veículos leves sobre trilhos, etc com qualidade.

Postado pelo Blog Trânsito Responsável – 09/02/2011

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